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sábado, 28 de maio de 2011

A arte de amar



Arrancar o orgulho de si próprio, quebrar seus próprios paradigmas pelo bem de uma relação é a maior prova de amor do universo. Só o amor é capaz de dar forças para arrancar as grades feitas de nossa própria pele.
Ouso dizer que amar é entregar a nossa "propriedade carnal",  sem esperar nada em troca. Livrar-se de egoísmos. Desintegrar a autodefinição construída pelo ser solitário e existir eternamente nos outros corações. É ser capaz de compartilhar a alma e ser satisfeito por isso. E quando for entre dois, é superar os conflitos de um único ser gerado pela união da dupla. Acreditar que a expressão "eu amo" é uma oração infinitamente completa. Viver essa filosofia. Viver.


Di


quarta-feira, 25 de maio de 2011

Remendos

Arriscar-se
É como pegar o nosso coração e o dispor a um risco, daqueles de caneta:
daquelas canetas que quando borram
não há borracha no mundo que apague;
daquelas borrachas  de duas pontas:
vermelha daquele tipo sangue que vem do coração,
azul daquele estilo sangue fino, do tipo bem-sucedido
Que quando se arrisca ser assim
é como tentar usar o lado azul da borracha
pra apagar os riscos daquelas canetas nos papéis
daqueles papéis novinhos, branquinhos:
que quando a gente apaga demais chega até a rasgar
daqueles rasgões que não há agulha no mundo que remende
daquelas agulhas de ponta fina que quando encostam na gente
a gente se fura, se arranha,
mas a gente nem sente
a gente só sangra aquela gotinha
que vem de lá...
de lá do coração

Di

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Encontro

Houve um encontro.
Não foi aquele encontro casual, em que das flores se fazem a mesa.
Foi um encontro especial. Incluiu-se de tudo: misticismos, entidades, profecias. Houve quem tivesse medo do que esse encontro propôs. Houve quem sentisse dores tremendas. 
Então olharam pra trás, viram um vazio.
Olharam para frente, vislumbraram tantos corações zumbis, inabitáveis...


Era uma vez a esperança.



segunda-feira, 2 de maio de 2011

Reações




Cada pedaço de mim foi amor. Químicas à parte, eu sempre soube dos meus sonhos, de cada desejo que catalizava a minha formação molecular. Basicamente, era amor. Não sabia porque, nem a causa, mas sabia a fonte da energia que me fazia girar. 
Mas como tudo aquilo que é bom e bem, me corrompi ao caos do raciocínio, aos maus desejos. Vivi a delícia da solidão. Tudo na minha caixa foi revirado, meus sentimentos, minha angústia, meus desejos. Virei pelo avesso, reagi, e  no fim até gostei.  
Literaturas dizem que existem reações reversíveis.Ainda tenho dúvida se isso se aplica em mim. Rendimentos à parte, eficiência ineficaz: habilidade infernal de me deixar instável. Medo, caso o processo seja irreversível.

Di