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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

L'amour

A um tempo atrás um amigo meu (boêmio irremediável) me disse uma coisa... Em meio a um gole e outro... E eu quase acreditei:
"Querida, a gente ama várias vezes na vida. Amores vêm e vão."
Ele me disse ainda outras coisas. Mas a que agarrou-se à minha memória foi esta.
Eu disse que QUASE acreditei, né?!
Até por que, de certa forma ele pode ter razão (ou as suas próprias razões, sei lá).
'Poizé', desde então eu fico pensando nisso...
Cheguei à conclusão de que ele talvez não soubesse o que é o amor. Pobre rapaz. Talvez a boêmia tenha lhe arrancando o amor. Não o "amor" que passa... Que pode até deixar alguma saudadezinha no fundo do peito. Mas que passa! E que, creio eu (creio EU!), não é de fato amor.
Eu digo do amor que chega a assustar, que beira a insensatez, a sem-vergonhice (segundo minha sábia avó!). Que vem de dentro, que tomar tudo ao redor. Que dá medo. Que tudo quer, que tudo deseja... Um amor que é inevitável, inesgotável. Aquele que é visceral!
Talvez meu pobre companheiro não tenha conhecido um amor assim. Mas um dia ele chegará, até para os mais boêmios (Nelson Gonçalves que o diga). E eu que cheguei a pensar que o tal amor não chegaria para mim... E mais uma vez, estava errada.
Quando a gente menos espera, ele chega e invade sua vida. Sem dar avisos. Sem pedir licença.

Obs.: " Tu vens, tu vens. Eu já escuto os teu sinais."

Mikaella Sousa

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Dedicatória a um desengano

Em minha garganta há um intricado de rancor profundo.

Que entalada se acomoda na situação encontrada.

O desfecho é comum e esperado a todo tempo

e mesmo assim sobe em mim uma ânsia de desespero.


E me revolta o seu hálito afastado de minha língua.

E no encontro de outros beijos a minha saliva não se sacia.

Não mais seus braços me confortam de abraços.

E minhas mãos agora frias tremem de ressaca nesse outro dia.


Mas me desgasta ver seus lábios balbuciando outra mentira.

Mesmo óbvio, o desengano surpreende-me pois veio de ti.

Logo de ti, insensato, você alimentou mais ainda meu ceticismo.

E minha sina acabou de ser traçada pelo seu rascunho infeliz..


Mas o ciclo desenhado por ti ironicamente me mantém por perto.

e nesses incríveis passos vejo o quanto seu disco está arranhado.

Um dia, meu caro, pisarão nas suas criações.

E de escárnio será feito os seus cobertores de solidão.


Quem és tu? Criatura grotesca!

Para quê fingir tamanha esperteza?

Já que num dia, sentirás incansavelmente o que tanto doeu em mim!

E assim, sem nenhuma compaixão, quebrarei as pernas de sua euforia!


Por enquanto, vou sentar e tomar mais uma dose de meu desafeto.

O futuro é mais certo para aqueles que como eu conhecem bem seus ciclos de caminho.


Diana Silveira, Agosto de 2008

domingo, 17 de agosto de 2008

Versos Mudos

Por de trás daquele muro existe um homem que não fala

Reluzem cicatrizes em seu corpo que revivem uma saga

É um homem pacato e triste, que sempre lutou para sobreviver

Uma vida, que mesmo poetas obscuros, não ousariam descrever


Em seus versos mudos impregnados de ódio e vingança

Vemos nascer bolhas de pus negro no coração de uma criança

Uma criança que não consegue chorar, pois suas lágrimas enfim secaram

Diante da angústia negra e opulenta dos exércitos que chegavam


Interessante o corpo deste homem, está coberto por cicatrizes

Mas não são simples marcas de cortes e pancadas

É uma história fascinante e repleta de raízes

É um conto fétido onde se assassinam fadas


Cada parte do seu deteriorado corpo revive parte da sua vida

São palavras em forma de versos que estão cravadas e não escritas

São memórias vivas que tatuam com fervor sua pele

São lembranças doentias que lhe trazem dor e febre


A guerra era tão dura quanto as balas que lhe atravessavam o corpo

Mas qual seria o motivo desse homem hoje ser tão absorto?

Algo estava cravado e sangrando no seu peito:

Matei meu filho, no fim já estou morto.


Mateus Eça

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Estranha Anencefalia

Ah, leve intuição,
acabou-se, em toda suma, o tolo receio
onde tive ao buscar com muito anseio
a minha simples colocação.

Oh! Querido ser metido a racional:
_Sei que muito queres flertar em minha cabeça,
e manipular de forma tosca toda a minha tristeza.
"Quem sabe ela se torna uma mulher comum, e coisa e tal"

E de tanto trabalhares na terra a me plantar,
vivendo o infinito desejo de me vegetar;
hão de aparecer, muito doloridas
tuas chagas, entre bolhas e feridas.

Eu agora, num breve sentimento de piedade
limparei as tuas chagas, não de todo o meu coração.
Alimentando o teu pedestal de muita vaidade,
vestirei o teu corpo de estereotipada visão.

Não vedes?, pois, medíocre alegria!
Que chorei e gerei sua intensa agonia.
Tremes e gela de tanta fobia,
e que agora é você quem sofre de estranha Anencefalia!!


Diana Silveira, março 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sonhos

Sonhos são muito bonitos quando poetizados... Mas, como toda poesia, esconde frustrações de quem escreve. A vontade de ser o que não fui.
Esse não é o papel dos sonhos... Eles não existem pra fazer as pessoas satisfeitas pelo que não alcançaram, só porque tudo não passou de um sonho... Eles estão aqui para nos dar forças de irmos atrás daquilo que queremos e acreditamos!
Uma das sensações mais controversas que existe é a de se realizar um sonho! Um misto de "Uhú!" com "E agora?". Cheio de um orgulho quase contemplativo quando o vemos se solidificar. “É isso aí! Exatamente como eu sonhava!".
Enquanto isso se pensa retrospectivamente em cada um dos passos que tivemos que dar, cada coisa que tivemos que abdicar (são tantos os pensamentos.)... Essa controvérsia vem do simples fato de estarmos acostumados a ter sonhos para serem sonhados.
É assim que nós (humanos) somos! Justificamos fracassos de realização com sonhos, limitações pessoais com super-heróis, o desconhecido com a religião (bruxaria... sei lá...)... às vezes é mais fácil... apenas sonhar!
Tenho, sim, muitos sonhos...
Alguns modestos, outros nem tanto... Mas mantenho-os vivos. Cada vez que consulto o relógio e a folhinha percebo que tenho menos tempo para realizá-los, e esse é um prazo que não se atrasa. Não há nada para negociar o tempo que faltou para realizar um sonho enquanto a gente era vivo... Os segundos passam, mas os sonhos continuam...
E eles não me dominam somente nas horas que eu vou dormir pensando no que será do amanhã. Eles saltam ativamente como critérios a cada decisão tomada, todo o tempo... Encaixados no meu futuro, e não em um conto de fadas(apesar de eu acreditar neles).
Tive a sorte de realizar alguns sonhos até agora (alguns modestos, outros nem tanto...) e eles sempre vem acompanhados da mesma sensação de "será que estou fazendo a coisa certa?". Mas quando ponho minha “dose de realidade” pra funcionar percebo que só quem realiza os próprios sonhos pode estar fazendo a coisa certa... E me contento com a escolha de uma vida insistentemente idealista...
Com alguns sonhos já não tive tanta sorte. Mas nunca porque eram simples sonhos... Alguns por falta de dedicação, outros eram sonhos bestas (a verdade é que talvez eu não tivesse tanta vontade). Alguns outros, com muito pesar, tiveram que deixar de ser prioridade dependendo da fase da minha vida e dos recursos disponíveis (esses ficam na listinha dos "quem sabe um dia"...).
Encaro meus sonhos como projetos, que me coube a tarefa de gerenciar. Tenho sempre que esperar o melhor para a realização de todos eles. Definir prioridades. Estabelecer prazos coerentes. Transformá-los em metas a serem alcançadas.
A cada fracasso, reavaliar. A cada sucesso, evoluir. Cada sonho é sempre parte de um sonho maior, um projeto maior. Todos eles encontram-se no maior dos projetos, com um prazo finito e indeterminado, o sonho da vida.
Tudo o que quero é que o resultado no fim dos anos seja o melhor. E os sonhos, aos poucos, realizados.

Obs.: Juro que eu cumpro (80%) dos “prometidos” no ano novo! De certo que alguns ainda estão em andamento. Outros já foram. Me Faltam poucos agora, antes que eu deseje o infinito...


Mikaella Sousa*



sábado, 9 de agosto de 2008

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Desejo respostas.

Eu apenas desejo:

Sua cara de interrogação apontando para minha incógnita perfeita.
Seus gestos intempestivos, que cada vez mais me atormentam.
E, mesmo me deixando com cara de tola, medrosa e outras coisas mais,
fazem minha fisionomia alterar, causando assim, novas expectativas.


Eu só quero saber:

O porquê de tanta implicância se nem entende direito a causa dela.
O porquê de tanta sátira se não há comediantes para esse espetáculo.
Nós somos os protagonistas dessa história inclassificável
que mostra de forma incoerente os nossos jeitos de assirtir o mundo.


Então me diz, por que tanta irritabilidade?

Se afirmaste com todas as imundas palavras o desamor acontecido!
Se concordaste fielmente sobre quão mínimo foi o ocorrido!
Mas as palavras proferidas então podem ser manipuladas
pela minha interpretação que me leva enfim às melhores saídas!


Por causa de sua questão, resta-me desespero.

Pois nunca poderei definir as paisagens de seu mundo.
E nunca conciliarei teu jeito com o meu.
E sobre o desamor, como então será repreendido?
Se nem o amor desejado fora um dia consumado ou ao menos definido!


Sobra-me então a sua face interrogativa.
Pelo menos suas lacunas vazias vagarão um dia por respostas.


Diana Silveira, 2008


quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Refrão de Bolero

"Contigo aprendi, que a tua presença eu não troco por nenhuma. Aprendi que pode um beijo ser mais doce e mais profundo, que posso ir-me amanhã mesmo deste mundo. As coisas boas contigo as vivi. E contigo aprendi, que eu nasci no dia em que te conheci..."

Bolero -
Contigo Aprendí, de Armando Manzanero

...Time


Às vezes me pego pensado no tempo... Não no tempo como horas, ou minutos, mas no tempo que divide as coisas. Que separa o que foi do que ainda será (ou não).
O tempo que separa os braços que se pertencem.
Que separa o que a gente é do que a gente gostaria de ser.
Os dias e semanas que me separam de você... Do seu calor. Os dias que passam se arrastando, as horas que parecem anos.
Relógios acusam quando é hora de comer, de dormir, de inércia. Hora pra tudo!

Ora
! O tempo é meu, o mundo é meu... Mas por que as horas passam bem como elas querem?! E se o mundo é meu, por que não é tudo do meu jeito?!

Deixa pra lá...

Ah! As horas que me mostram que é hora de dormir, sozinha.
Sem o seu cafuné, sem seu abraço, sem seu censo de humor peculiar(que me faz rir o tempo inteiro!), sem assistir Pucca( quem não conhece a história não vai entender...).

E amanhã o despertador me dirá que é hora de acordar. Novamente sem seu abraços, nem os seus beijos no café da manhã. Faz falta... MUITA!
Mas ainda bem que tenho você pra querer bem, pra poder sentir saudade! E saber que uma semana pode ser mais tempo do que eu imaginava...

Obs.:Confesso que a TV também conta na hora da saudade! =P
"
Pucca ama Garuh. Ele é bonitinhoo..."
. Rs
Adoro-te, Pingüin (!)


Mikaella Sousa*