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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Remendos

Arriscar-se
É como pegar o nosso coração e o dispor a um risco, daqueles de caneta:
daquelas canetas que quando borram
não há borracha no mundo que apague;
daquelas borrachas  de duas pontas:
vermelha daquele tipo sangue que vem do coração,
azul daquele estilo sangue fino, do tipo bem-sucedido
Que quando se arrisca ser assim
é como tentar usar o lado azul da borracha
pra apagar os riscos daquelas canetas nos papéis
daqueles papéis novinhos, branquinhos:
que quando a gente apaga demais chega até a rasgar
daqueles rasgões que não há agulha no mundo que remende
daquelas agulhas de ponta fina que quando encostam na gente
a gente se fura, se arranha,
mas a gente nem sente
a gente só sangra aquela gotinha
que vem de lá...
de lá do coração

Di

3 comentários:

Naira Évine disse...

O texto está impecável...
De um jeito que até fundo musical tem, minha mente fez isso.. Enquanto lia ouvia uma ópera que tinha ritmo meio infantil, meio ingênuo, meio maduro, meio adolescente...
Minha alma sorriu com seu texto, acredite.
Ameei !

Beijaço Di =)

Alisson disse...

to rodeado d escritores =D
texto shoow dii!

Isa disse...

qnta doçura ...