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terça-feira, 1 de julho de 2008

Jardineiro e Rosa


Me perco em tentar descrever as memórias vividas por essa semana...

O que deveria ser feito, foi feito. Ora pois, havíamos planejado por tanto tempo. Ser aquele plano, aquela idéia. Foi assim que me ensinaram a vida, mesmo que Deus ou outras divindades discordem... Eu calculo tudo. E invento moda. Não! Não posso ser levada por esse rodo de mentiras, não posso ser levada por esse bando de indigentes que gritam a mesma coisa, que se deixam e se transformam num bando de brandos medíocres.

Droga... Certas conveniências me levaram a você -Jardineiro - aos seus cuidados, seus abraços e tentativas (inviáveis) de iludir minha feminilidade. Burra? Todas nós mulheres somos, eu apenas ludibrio minha burrice, às vezes. Vale ressaltar o "às vezes", porque meu olho esquerdo, apesar de estar do mesmo lado, sempre está acima do meu coração.

Jardineiro, eu passei um batom vermelho da cor de uma rosa vermelha. Fiquei tão bonitinha, sabia?? Nunca mais havia me arrumado tanto. Até as pragas do jardim se tornaram minhas amigas, tamanha foi nossa amizade que elas me levaram para jantar _ elas, tinhosas comiam tanto, tanto tanto que me convenceram a sair da dieta dos teus únicos beijos. Não que eu não gostasse deles, eles são especiais, intensos (me fizeram tremer) e possuem o melhor sabor. Mas, para conhecer o melhor sabor é necessário compará-lo com outros, e por fim, despedir-se deles, pois infelizmente os piores sempre estão por perto, durante toda nossa vida, é natural e educado agradecê-los pela companhia. Não entendeste ainda?? I'm sorry... rsrs (piadinha sem graça).

Por tanto me entupir de comida, acredito que fui seduzida pelo pecado da gula (hã? E rosas comem?), e por isso devo me ajoelhar e rezar diante da SANTA CRUZ. Me emocionar e pedir perdão a Deus pelos meus pecados. Por tentar ser humana quando deveria ser uma rosa. Olhá lá!!! Minhas orações sobem junto com a fumaça do turíbulo de incenso! Fumaça a qual apesar de eu ter alguns problemas respiratórios (dignos de uma humana), não me fez mal porque eu ainda sou uma rosa e rosas transformam gás carbônico em glicose. *Jardineiro*? Você por acaso virou coroinha?? Por que eu juro que te vi no altar segurando o turíbulo (tinha cheiro de cereja). Era você mesmo? Tenho tantas dúvidas. É que rosas enxergam mal. Na verdade elas não enxergam, não falam, não são nada sem um jardineiro. Nossa! Que missa demorada, já está tarde e eu tenho que ir senão não conseguirei a firmeza necessária para fazer fotossíntese!
De volta ao meu Encatado Jardim, encantado só de nome! O jardineiro está cada vez mais relaxado, nem veio mais podar as plantinhas, e o encantamento itinerante é! "Ele vai embora, ele vai embora pra Madagascar". E eu fiquei tão amarga, tão desgostosa que nem as pragas me mordiam mais. Mas eu estava lá. Quieta. Inerte. Pronta para ser adubada, regada, cuidada. Cadê!!! Cadê!!!!

“Pá”! (tapona da mamãe)
-Aiii mãe!! Doeu...
mamãe disse: Que bobagem menina besta! Rosas não falam, não gritam, não choram...

Valeu mãe! Realmente é tolice, essa vida de rosa não me excita. Vou voltar a ser humana: voltarei a andar, a falar, a pensar. A ser Silveira e nunca uma Palmeira(planta ou time, detesto os dois). Afinal, planta vegeta, e de vegetal eu não tenho nada. Então, Jardineiro, desculpa se te fiz trabalhar na terra seca, se te enganei ao tentar te convencer da minha vocação pra ser rosa, mas nem eu mesma fui convencida disso. Plin! Tive uma idéia! Sendo humana, eu posso ser médica, e assim, “de todo o meu coração”, poderei curar suas feridas, limpar tuas chagas, conhecer o funcionamento dos impulsos, estudar a velocidade destes e tentar controlar OS MEUS da próxima vez.

E mesmo assim, serei SEMPRE humana. Suscetível a erros, mas satisfeita quando alcanço meus objetivos, e principalmente quando há acertos.


I'm Sorry, e desta fez não foi piadinha.

Diana Silveira*

3 comentários:

Mikaella & Diana disse...

liiinda! vc é meu orgulho! rs

Unknown disse...

Possas crer.... ( isso já virou vício de linguagem.. rsrs)

Anônimo disse...

Gostei dos textos
parabáns